terça-feira, 15 de dezembro de 2015


Vamos refletir sobre a escrita na Internet


Da mesma forma que a internet nos aproxima da comunicação ela nos distancia da escrita formal, pois na internet não cuidamos as regras para uma boa escrita e vamos direto ao ponto, sem rodeios ou enfeites; acredito que assim sejam criados os neologismos (palavras novas). Conforme Marcuschi (2001, p.16), “As línguas se fundam em usos”, ou seja, as formas se adéquam aos usos, não o contrário, portanto, as variações linguísticas surgem de acordo com o uso que se faz da língua.
Sabemos que a escrita é essencial à sobrevivência no mundo moderno, tendo-se impregnado nas culturas de um modo geral, tornando-se indispensável, gozando de um status tão alto que chega a simbolizar educação, desenvolvimento e poder. Por outro lado, ainda segundo Marcuschi (p.17), o homem é essencialmente um ser que fala, antes de um ser que escreve, o que, no entanto, não torna a fala superior à escrita, nem confirma a convicção equivocada de que a fala é primária e a escrita é derivada, e de que a escrita representa a fala.
Segundo Marcuschi (2001, p.18), “Escrever pelo computador no contexto da produção discursiva dos bate-papos síncronos (on-line) é uma nova forma de nos relacionarmos com a escrita, mas não propriamente uma nova forma de escrita”. Até mesmo, porque não podemos considerar como norma culta a escrita das redes sócias e sim um tal de internetês, usado apenas como uma forma de comunicação.
Consequentemente, a linguagem na Internet caracteriza-se por ser mais informal do que a linguagem utilizada nos textos escritos em geral, embora traga, também, certas peculiaridades do texto escrito: pode ser planejada, pensada, reformulada, o que faz com que sua estrutura fique igual à de um texto escrito. E isso nos leva a ter de refletir muito sobre a questão da utilização da linguagem escrita nas práticas de ensino através da Internet. Acredita-se que se estimularmos os alunos para que usem os termos de forma mais adequada, estaremos introduzindo lentamente a norma padrão ao cotidiano deles, mas isso é um longo caminho, com certeza.

2 comentários:

  1. Cara Professora Fabi, discordo da sua afirmação de que a internet nos aproxima da comunicação e nos distancia da escrita formal na mesma medida. O que percebo é a internet se tornando um meio de comunicação muito mais eficaz que os demais, o que exige de nós uma escrita rápida mas não menos reflexiva, uma nova forma de escrever, que no meu entender está em constante evolução. O que acham disso colegas?

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    1. Caros colegas professores.
      A linguagem é a forma que usamos para nos comunicar uns com os outros. Temos a linguagem oral, escrita e visual, por exemplo, mas todas estas seguem padrões adotados pela sociedade que diferem entre si dependendo da situação ou do ambiente em que o indivíduo se encontra. Atualmente, numa época de modernidade líquida onde as coisas são passageiras e rápidas é bastante comum que façamos uso da linguagem para acompanhar este ritmo. Este tipo de linguagem chamamos de informal. A internet nos aproxima da comunicação, mas ao mesmo tempo nos propicia a possibilidade de nos distanciarmos de uma linguagem mais formal de escrita. Dessa forma temos como desafio mediar este novo ritmo de comunicação à escrita formal, para que, também, não deixemos a nossa Língua Portuguesa perder-se nesse mundo acelerado de informações. Vale a pena pensarmos sobre isso, não acham?

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