quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O FUTEBOL E A MATEMÁTICA - Moacyr Scliar

O FUTEBOL E A MATEMÁTICA

Modelo matemático prevê gols no futebol
Moacyr Scliar

O técnico reuniu o time dois dias antes da partida com o tradicional adversário. Tinha uma importante comunicação a fazer.
— Meus amigos, hoje começa uma nova fase na vida do nosso clube. Até agora, cada um jogava o futebol que sabia. Eu ensinava alguma coisa, é verdade, mas a gente se guiava mesmo era pelo instinto. Isso acabou. Graça a um dos nossos diretores, que é um cara avançado e sabe das coisas, nós vamos jogar de maneira completamente diferente. Nós vamos jogar de maneira científica.
Abriu uma pasta e de lá tirou uma série de tabelas e gráficos feitos em computador.
— Sabem o que é isso? É o modelo matemático para o nosso jogo. Foi feito com base em todas as partidas que jogamos contra o nosso adversário, desde 1923. Está tudo aqui, cientificamente analisado. E está aqui também a previsão para a nossa partida. Eles provaram estatisticamente que o adversário vai marcar um gol aos 12 minutos do primeiro tempo. Nós vamos empatar aos 24 minutos do segundo tempo e vamos marcar o gol da vitória aos 43 minutos. Portanto, não percam a calma. Esperem pelo segundo tempo. É aí que vamos ganhar.
Os jogadores se olharam, perplexos. Mas ciência é ciência; tudo o que eles tinham a fazer era jogar de acordo com o modelo matemático.
Veio o grande dia. Estádio lotado, começou a partida, e, tal como previsto, o adversário fez um gol aos 12 minutos. E aí sucedeu o inesperado.
Um jogador chamado Fuinha, um rapaz magrinho, novo no time, pegou a bola, invadiu a área, chutou forte e empatou. Cinco minutos depois, fez mais um gol. E outro. E outro. O jogo terminou com o marcador de 7 a 1, um escore nunca registrado na história dos dois times.
Todos se cumprimentavam, felizes. Só o técnico não estava muito satisfeito:
— Gostei muito de sua atuação, Fuinha, mas você não me obedeceu. Por que não seguiu o modelo matemático?
O rapaz fez uma cara triste:
— Ah, seu Osvaldo, eu nunca fui muito bom nessa tal de matemática. Aliás, foi por isso que o meu pai me tirou do colégio e me mandou jogar futebol. Se eu soubesse fazer contas, não estaria aqui, jogando para o senhor.
O técnico suspirou. Acabara de concluir: uma coisa é o modelo matemático. Outra coisa é a vida propriamente dita, nela incluía o futebol.

SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2001.
Crônica originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo, 29 mar. 1999. Cotidiano

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Perfeição
Legião Urbana

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade.

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã.

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão.

Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção.

Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão.

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera -
Nosso futuro recomeça:


Venha, que o que vem é perfeição. 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015


Vamos refletir sobre a escrita na Internet


Da mesma forma que a internet nos aproxima da comunicação ela nos distancia da escrita formal, pois na internet não cuidamos as regras para uma boa escrita e vamos direto ao ponto, sem rodeios ou enfeites; acredito que assim sejam criados os neologismos (palavras novas). Conforme Marcuschi (2001, p.16), “As línguas se fundam em usos”, ou seja, as formas se adéquam aos usos, não o contrário, portanto, as variações linguísticas surgem de acordo com o uso que se faz da língua.
Sabemos que a escrita é essencial à sobrevivência no mundo moderno, tendo-se impregnado nas culturas de um modo geral, tornando-se indispensável, gozando de um status tão alto que chega a simbolizar educação, desenvolvimento e poder. Por outro lado, ainda segundo Marcuschi (p.17), o homem é essencialmente um ser que fala, antes de um ser que escreve, o que, no entanto, não torna a fala superior à escrita, nem confirma a convicção equivocada de que a fala é primária e a escrita é derivada, e de que a escrita representa a fala.
Segundo Marcuschi (2001, p.18), “Escrever pelo computador no contexto da produção discursiva dos bate-papos síncronos (on-line) é uma nova forma de nos relacionarmos com a escrita, mas não propriamente uma nova forma de escrita”. Até mesmo, porque não podemos considerar como norma culta a escrita das redes sócias e sim um tal de internetês, usado apenas como uma forma de comunicação.
Consequentemente, a linguagem na Internet caracteriza-se por ser mais informal do que a linguagem utilizada nos textos escritos em geral, embora traga, também, certas peculiaridades do texto escrito: pode ser planejada, pensada, reformulada, o que faz com que sua estrutura fique igual à de um texto escrito. E isso nos leva a ter de refletir muito sobre a questão da utilização da linguagem escrita nas práticas de ensino através da Internet. Acredita-se que se estimularmos os alunos para que usem os termos de forma mais adequada, estaremos introduzindo lentamente a norma padrão ao cotidiano deles, mas isso é um longo caminho, com certeza.

AS GRANDES NAVEGAÇÕES

Você já imaginou o que é viajar para lugares distantes sem saber ao certo o caminho? Sem saber como são esses lugares e se haveria volta? Pois foram esses os desafios que os europeus do século XV enfrentaram ao decidir velejar por mares desconhecidos a fim de conseguir riquezas do Oriente.Mas como esses europeus conseguiram superar o medo do desconhecido? Como conseguiram navios, dinheiro e pessoas dispostas a partir sem saber se voltariam? Por que os portugueses foram os pioneiros nessas viagens? Até o século XV, os europeus conheciam apenas a Europa, parte da Ásia e o norte da África. Entre 1400 e 1600, período das grandes navegações, os europeus desconheciam os oceanos e tinham embarcações inadequadas para a navegação de longa distancia. Os mapas que utilizavam eram uma mistura do pouco que conheciam com o muito que imaginavam. Nessa época, muitos acreditavam que a Terra era quadrada outros julgavam que ela era achatada e que, portanto, se eles se afastassem muito do litoral despencariam em um abismo. Entretanto desde a antiguidade, na Grécia, já havia estudos que comprovam que a Terra poderia ser redonda, o que não se sabia, nesta época, é da existência de outros continentes. Logo, Cristovão Colombo, já acreditava que a Terra era redonda, na busca por uma nova rota do Oriente pelo Ocidente, isto é, dando a volta ao mundo. Entretanto, julgava que ela fosse menor do que é. Os reis espanhóis Fernando e Isabel também se aplicavam na busca de um novo caminho marítimo para o Oriente. Em 1492, estes reis aprovaram o audacioso plano do navegador genovês Cristovão Colombo, que consistia em buscar o Oriente navegando em direção ao Ocidente, ou seja, dando uma volta em torno do mundo. O que ele não sabia, porém, é que no meio do caminho havia outro continente. Colombo saiu do porto de Palos com três caravelas – Santa Maria, Pinta e Niña – e, depois de velejar cerca de dois meses chegou ao “novo” continente acreditando ter chegado às Índias. Chamou de “índios” os diferentes povos que habitavam essas terras. Na verdade, Colombo havia chegado na América Central. A notícia da descoberta quase causou uma guerra entre Portugal e Espanha. Depois de muitas discussões chegaram a um acordo chamado Tratado de Tordesilhas. Oito anos mais tarde, o português Pedro Álvares Cabral partiu de Lisboa com destino às Índias, seguindo a rota que contornava a África. No caminho, deveria tomar posse, em nome do rei de Portugal, das terras que ele tinha direito após a assinatura de um acordo com o rei da Espanha. Por isso, foi navegando muito a oeste. Depois de 43 dias, no dia 22 de abril de 1500 os portugueses avistaram um monte verde-azulado de formas arredondadas, ao qual deram o nome de Monte Pascoal, pois era semana da Páscoa. Ao desembarcarem junto a uma aldeia de índios Tupiniquim, no lugar onde hoje é Porto Seguro, na Bahia, fincaram uma cruz de madeira com as armas do rei de Portugal. Era a forma de dizerem que a partir daquela data aquelas terras eram portuguesas.

Sendo este um Fórum Norteador tenham atenção ao uso da linguagem. Vamos procurar usar uma linguagem mais cuidada, mais próxima do  padrão da Língua Portuguesa.
Um abraço,
Fernando Grassi

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Projeto Interdisciplinar - Atividade Conversas Conectadas

AUTORES
Diego Soledade (Educação Física) E-mail: diegossol@ig.com.br
Fabiana Sana Aliardi (Letras) E-mail: fabialiardi@hotmail.com
Fernando Grassi (História) E-mail: fernandograssi@yahoo.com.br
Guaraci Vargas Greff (Informática) E-mail: guaragreff@gmail.com
Juliana Grübler Lopes (Pedagoga) E-mail: Juliana.grubler.web@hotmail.com

ANOS/DISCIPLINAS/CONTEÚDO
A aplicação deste projeto é voltada para os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. Para maior clareza as disciplinas e conteúdos previstos estão dispostos no quadro a seguir:

DISCIPLINA CONTEÚDO
Educação Física Introdução aos Jogos e as regras
História As grandes navegações
Informática Introdução à programação WEB
Língua Portuguesa Interpretação e Escrita

ATIVIDADES - ETAPAS
1ª Etapa: Fazer com que os alunos compreendam a importância da leitura através da escolha do objeto de leitura.
2ª Etapa: Realizar a troca dos objetos de leitura entre os alunos.
3ª Etapa: Sugerir leituras com base nas preferências dos alunos de preferência que abordem as disciplinas de Educação Física, História, Informática, Língua Portuguesa, assim como criar um Blog para postagem e avaliação do projeto.
4ª Etapa: Lançar textos no Blog e propor uma Conversa Conectada baseando-se em um código de conduta proposto pelos professores na orientação da atividade.

CONVERSAS CONECTADAS
Nesta atividade serão propostas situações em que se possa realizar um levantamento das preferências de leitura e possibilidades de ampliar os horizontes de leitura dos alunos.
Material: Leituras diversas trazidas pelos alunos, computador, acesso a internet.
Sugerir que os alunos tragam de casa tipos de leitura de sua preferência com a finalidade de apresentar para seus colegas. Justificando suas escolhas.
Realizar uma análise dos diferentes tipos de textos, sugerindo que eles realizem a troca entre eles para realizarem novas leituras.
Dentre as preferências de leitura de cada aluno os professores selecionarão textos relacionados aos temas aderentes as suas áreas.
Os professores lançarão no Blog os textos com o objetivo de realizar uma atividade chamada “Conversa Conectada”.

PRODUTO FINAL
O resultado da conversa conectada nos dá a certeza da leitura e a consequente compreensão dos textos, dessa forma atingimos nosso objetivo principal que é o incentivo ao gosto pela leitura.